5 pensamentos sobre “Triste Judiciário

  1. Jerê, eu tenho dito ultimamente que a principal reforma da qual o Brasil necessita é a institucional. É a partir desta que todas as outras decorrem. As nossas instituições são deficientes, ineficientes, ineficazes e retrógradas e se configuram como obstáculos ao desenvolvimento econômico, inclusive. Pare para pensar, mesmo que tenhamos um PIB anual (fluxo, taxa anual de crescimento de riqueza) crescendo a níveis registrados na China e um estoque de riqueza do tamanho da dos EUA, não teríamos a qualidade de vida destes últimos (desconsidere os efeitos negativos da recente crise). Saiu no noticiário há pouco, que em 2016, se continuarmos a trajetória de crescimento, teremos o nível de desenvolvimento equivalente ao norte-americano de 1950!

    Sobre o “Triste Judiciário”, tenho a dizer o que o Villa afirmou: os gastos podem ser legais, mas são imorais. Eles podem justificar técnica e legalmente os gastos de irrigação da ordem de R$ 286 mil? Podem, e não é tão complicado de se fazer. Mas, acredito que o tamanho do jardim possa ser diminuído… as remunerações recebidas tanto pelos magistrados quanto pelos servidores chamam a atenção; e todos valores citados pelo Villa, bem assim suas respectivas aplicações nos remetem a quê? Ao problema da danada da reforma institucional… sem falar nos casos de abusos de autoridade relatados… sabe qual é o principal problema? O senso comum diz: ah, mas os juízes, desembargadores e ministros do STJ e STF ganham muito porque a responsabilidade que eles têm nas mãos é enorme. Concordo plenamente, mas digo que a função deles, por definição, é a de servir ao público, à coletividade, no sentido mais nobre da palavra (excluindo-se deste interpretações de cunho marxista). Devem ser bem remunerados? Sim. Os valores astronômicos chegando a quase R$ 500 mil são ilegais? Não. E por que não? Porque as nossas instituições permitem legalmente que eles recebam remunerações astronômicas.

    Um abraço!

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  2. Com certeza, as regras do jogo são fundamentais para se obterem bons resultados.

    Na UnB, o Bernardo Mueller tem defendido que as instituições estão melhorando. No começo, quando ele começa a expor o porquê, somos meio céticos, mas depois dá para ficar na dúvida e absorver um pouco do otimismo!

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  3. Jerê, se você tiver algum artigo do Mueller, poste aqui por favor. Esse assunto é muito interessante. Ademais, precisamos fazer alguma coisa pois as pessoas em geral, o brasileiro médio, convive com aberrações sociais, econômicas e políticas sem questionamento, simplesmente aceitando porque é assim que é. Sabe, eu pensava que essas exonerações de ministros levadas a cabo pela presidente seriam desmoralizantes. Pelo contrário, as pessoas a estão entendendo como um ato de coragem e de moralização por parte da Dilma. Foi ela quem os colocou lá, seja por compromissos com a sua base política, seja por qualquer outro motivo. E o pior: a externalidade positiva desses escândalos (que, à princípio, era só uma suspeita) se concretizou ontem, quando foi lançada a pesquisa de aprovação do governo elaborada pelo IBOBE (sob encomenda da CNI). Foi um recorde, para o primeiro ano de mandato!

    Outra aberração: o preço do Iphone no Brasil. Na Inglaterra, a versão mais barata (16 GB) é vendida a 499 libras (R$ 1.435,92), enquanto na França, 629 euros (R$ 1.518,85). Ambos são desbloqueados. No Brasil, pelo sítio eletrônico da Apple, o mesmo aparelho desbloqueado sai por R$ 2.599,00. Há explicações técnicas para isso (só a carga tributária equivale a 46,76% do seu preço), mas o mais impressionante é que as pessoas parecem não saber o tamanho do poder concentrado na demanda. Eles compram, mesmo a esse preço. Se houvesse um esforço em conjunto, onde as pessoas deixassem de comprá-lo, duvido que a Apple não reveria seus preços, os quais incentivam o contrabando, a pirataria e o mercado informal.

    Abraços!

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