Personalizando seu gráfico do ggplot2 – Exports and Imports, William Playfair


O ggplot2 é muito bom para explorar visualmente, de forma dinâmica, sua base de dados.  Mas às vezes queremos editar cada detalhe do gráfico para uma publicação, é possível fazer isso?

Como, por exemplo, reproduzir o famoso gráfico de exportações e importações do William Playfair?

Playfair-bivariate-area-chart

Hoje resolvi testar o quão difícil seria gerar uma imagem parecida e, brincando um pouco com os parâmetros, cheguei na figura abaixo. É um pouco trabalhoso – pois temos que colocar cada texto separadamente – mas não é difícil, nem tão demorado assim.

playfair

Se você tiver um pouco mais de paciência para ajustar detalhes talvez consiga tornar a reprodução ainda mais fiel. E, caso o faça, favor compartilhar o código com todos por aqui!

***

Segue abaixo o código para gerar o gráfico acima. Os dados bem como o próprio código também estão no github.

 

# load packages -----------------------------------------------------------
library(reshape2)
library(ggplot2)

# prepare data for ggplot2 ------------------------------------------------
## data extracted from https://plot.ly/~MattSundquist/2404/exports-and-imports-to-and-from-denmark-norway-from-1700-to-1780/#plot
playfair <- readRDS("william_playfair.rds")

## create min for geom_ribbon
playfair$min <- with(playfair, pmin(exp, imp))
year <- playfair$year

## melt data
molten_data <- melt(playfair, id.vars = c("year", "min"))

# ggplot2 -----------------------------------------------------------------
ggplot(molten_data, aes(x = year, y = value)) +
geom_line(aes(col = variable), size = 1) +
geom_ribbon(aes(ymin = min, ymax = value, fill = variable), alpha = 0.3) +
scale_color_manual(values = c("darkred", "gold3"), guide = F) +
scale_fill_manual(values = c("#90752d", "#BB5766"), guide = F) +
theme_bw() +
annotate("text", x = year[5], y = 100000, label = "Line", angle = 25, size = 3, family = "Garamond") +
annotate("text", x = year[6] - 100, y = 104000, label = "of", angle = 0, size = 3, family = "Garamond") +
annotate("text", x = year[7], y = 101000, label = "Imports", angle = 340, size = 3, family = "Garamond") +
annotate("text", x = year[5] + 400, y = 73000, label = "Line", angle = 345, size = 3, family = "Garamond") +
annotate("text", x = year[6], y = 70000, label = "of", angle = 330, size = 3, family = "Garamond") +
annotate("text", x = year[7] - 200, y = 64000, label = "Exports", angle = 335, size = 3, family = "Garamond") +
annotate("text", x = year[8], y = 83000, label = "italic('BALANCE AGAINST')", angle = 0, family = "Garamond", parse = TRUE) +
annotate("text", x = year[16] + 400, y = 110000, label = "italic('BALANCE in\nFAVOUR of\nENGLAND')", angle = 0, family = "Garamond", parse = TRUE) +
annotate("text", x = year[16], y = 82000, label = "Imports", angle = 30, size = 3, family = "Garamond") +
annotate("text", x = year[14] + 200, y = 131000, label = "Exports", angle = 65, size = 3, family = "Garamond") +
ggtitle("Exports and Imports to and from DENMARK & NORWAY from 1700 to 1780") +
scale_x_date(breaks = seq(year[1], year[18], by = "10 years"),
labels = format(seq(year[1], year[18], by = "10 years"), "%Y")) +
scale_y_continuous(breaks = seq(0, 190e3, by = 10e3),
labels = seq(0, 190, by = 10)) +
theme(title = element_text(size = 8, face = 'bold', family = "Garamond"),
axis.title = element_blank(),
axis.text = element_text(family = "Garamond"),
panel.grid.minor = element_blank())

Analisando seu histórico de pesquisas do Google


Hoje descobri que é possível fazer o download de todo seu histórico de buscas no Google. TODO seu histórico de TUDO o que você busca no Google. Já que a opção está disponível, por que não dar uma olhada nos dados?

Por alguma razão meu histórico só vai até 2014 — acredito que tenha deletado o histórico anterior — então no meu caso temos apenas dois anos de dados para analisar (não vou considerar 2016 aqui pois o ano ainda não terminou). Além disso, esses dados certamente não contemplam tudo o que pesquisei na internet neste período, porque: (i) além do Google eu uso o DuckDuckGo; e, (ii) muitas vezes não estou logado quando faço pesquisas no próprio Google.

Feitas as ressalvas anteriores, a primeira coisa que tentei montar foi uma nuvem com as palavras mais utilizadas nas buscas. Em 2014 e 2015, segundo o registro do google, fiz aproximadamente 19 mil buscas, utilizando aproximadamente 69 mil palavras-chave. Após remover algumas “stopwords” em inglês e português — isto é, preposições, artigos etc — fiz uma nuvem com aquelas palavras que representam cerca de 20% da frequência total, e o resultado foi o seguinte:

Não tem muita surpresa aí. Previsivelmente, “R” foi a palavra chave mais utilizada, seguida de “package”, “statistics”, “Mac”, “Data”, “Los Angeles”, “UCLA” entre outras.

Após verificar as palavras mais utilizadas, procurei ver se encontrava alguns padrões nos meus hábitos de busca. Primeiramente, calculei a média de buscas por dia da semana. Nesses dois anos, as buscas parecem ter alcançado seu pico de segunda a quarta:

por_semana

Em seguida calculei a média por hora. Tirando a madrugada e o início da manhã, não parece existir diferença significativa entre os horários.  Há, contudo, um problema com essa informação: elas estão no horário brasileiro. Como estive fora do país em certas datas, isso distorce o horário original de algumas pesquisas — e ainda não descobri como consertar esse problema de maneira automática.

por_hora

Essa questão das viagens para fora do país suscitou outra pergunta: o total de buscas no Google Maps altera quando estou viajando? A princípio, diria que sim, e é isso o que o gráfico a seguir mostra, com algumas viagens destacadas:

Isto é, pelo menos neste caso, é muito fácil identificar viagens utilizando apenas a série histórica do total de buscas do Google Maps.

Para finalizar, montei um gráfico com a média de pesquisas por hora, separados por dia da semana e ano, mas não parece ter havido mudança relevante entre os padrões de 2014 e 2015.

hora_semana_ano
Quer analisar seus dados também?

Para fazer o download dos dados, basta seguir essas instruções. Os dados virão em um arquivo zip com vários arquivos no formato JSON. Para tratá-los, você pode se basear no script de R que coloquei aqui.

PS: É um pouco assustador perceber que, com análises bastante simples de dados de busca, já é possível inferir bastante coisa sobre os hábitos de uma pessoa.

Impactos de Contágio do Setor Real no Sistema Financeiro


O novo Relatório de Estabilidade Financeira (REF) do Banco Central do Brasil foi publicado ontem. Dentre várias informações interessantes, neste relatório foi publicado um boxe que discute a mensuração de impactos de contágio do setor real da economia no sistema financeiro.

Resumidamente, a partir de uma rede de conexões do setor real, o BCB simula um processo de contágio e verifica os possíveis afetados bem como seus empregados. Com esses dados em mão, o BCB mapeia as exposições do SFN a essas empresas e funcionários e, em seguida, simula um segundo processo de contágio no setor financeiro.

A rede do setor real (representada abaixo) foi montada a partir dos dados de TED entre as empresas. Na figura abaixo, “cada esfera representa um grupo econômico. O tamanho delas é proporcional à sua participação no fluxo de transferências do SPB. As cores das arestas refletem a importância do fluxo de TED para a empresa recebedora – quanto mais vermelho, maior a importância e maiores as chances de contágio. Nem todos os grupos estão representados.” (BCB, 2015)

setor real

Já a rede do setor financeiro é montada a partir das exposições que os conglomerados financeiros possuem entre si. Na figura abaixo, “as esferas azuis referem-se aos Bancos Múltiplos e Comerciais, as verdes, aos Bancos de Desenvolvimento, as vermelhas, aos Bancos de Investimento, as laranjas, às Cooperativas de Crédito e Financeiras, e as amarelas, às Corretoras e empresas de leasing.” (BCB, 2015)

rede sfnVale a pena tirar um tempo e conferir o REF!

Introdução ao ggplot2


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Parte do livro Introdução à análise de dados com R.  Este trabalho está em andamento, o texto é bastante preliminar e sofrerá muitas alterações. 

Quer fazer sugestões? Deixe um comentário abaixo ou, se você sabe utilizar o github, acesse aqui.

Não copie ou reproduza este material sem autorização.

Volte para ver atualizações!

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Utilizando gráficos para explorar sua base de dados

Os gráficos base do R são bastante poderosos e com eles é possível fazer muita coisa. Entretanto, eles podem ser um pouco demorados para explorar dinamicamente sua base de dados. O pacote ggplot2 é uma alternativa atraente para resolver este problema. O ggplot2 é um pouco diferente de outros pacotes gráficos pois não segue a lógica de desenhar elementos na tela; ao invés disso, a sintaxe do ggplot2 segue uma “gramática de gráficos estatísticos” baseada no Grammar of Graphics de Wilkinson (2005).

No começo, pode parecer um pouco diferente essa forma de construir gráficos. Todavia, uma aprendidos os conceitos básicos da gramática, você vai pensar em gráficos da mesma forma que pensa numa análise de dados, construindo seu gráfico iterativamente, com visualizações que ajudem a revelar padrões e informações interessantes gastando poucas linhas de código. É um investimento que vale a pena.

Nesta seção, faremos uma breve introdução ao pacote ggplot2, destacando seus principais elementos. Para um tratamento mais aprofundado, recomenda-se o livro do Hadley Wickham.

Antes de continuar, você precisa instalar e carregar os pacotes que vamos utilizar nesta seção. Além do próprio ggplot2, vamos utilizar também os pacotes ggthemes e gridExtra.

# Instalando os pacotes (caso não os tenha instalados)
install.packages(c("ggplot2","ggthemes", "gridExtra"))

# Carregando os pacotes
library(ggplot2)
library(ggthemes)
library(gridExtra)

Também vamos utilizar uma base de dados de anúncio de imóveis de Brasília que você pode baixar aqui ou carregar com o comando abaixo. Vamos utilizar apenas os dados de venda.

# Carrega arquivo
arquivo <- url("https://dl.dropboxusercontent.com/u/44201187/imoveis.rds")
con <- gzcon(arquivo)
dados <- readRDS(con)

#  Filtra apenas para venda
venda <- dados[dados$tipo == "venda", ]

A “gramática dos gráficos”

Mas o que seria essa gramática de gráficos estatísticos? Podemos dizer que um gráfico estatístico é um mapeamento dos dados para propriedades estéticas (cor, forma, tamanho) e geométricas (pontos, linhas, barras) da tela. O gráfico também pode conter transformações estatísticas e múltiplas facetas para diferentes subconjuntos dos dados. É a combinação de todas essas camadas que forma seu gráfico estatístico.

Deste modo, os gráficos no ggplot2 são construídos por meio da adição de camadas. Cada camada, grosso modo, é composta de:

  • Uma base de dados (um data.frame, preferencialmente no formato long);
  • Atributos estéticos (aesthetics);
  • Objetos geométricos;
  • Transformações estatísticas;
  • Facetas; e,
  • Demais ajustes.

Vejamos um exemplo simples de scatter plot com os dados de preço e metro quadrado dos imóveis da nossa base de dados.

ggplot(data=venda, aes(x=m2, y=preco)) + geom_point()

Traduzindo o comando acima do gpplot2, nós começamos chamando a função ggplot() que inicializa o gráfico com os seguintes parâmetros:

  • data: aqui indicamos que estamos usando a base de dados venda;
  • aes: aqui indicamos as estéticas que estamos mapeando. Mais especificamente, estamos dizendo que vamos mapear o eixo x na variável m2 e o eixo y na variável preco.

Em seguida, adicionamos um objeto geométrico:

  • geom_point(): estamos falando ao ggplot que queremos adicionar o ponto como objeto geométrico.

Com relação às transformações estatísticas, neste caso não estamos realizando nenhuma. Isto é, estamos plotando os dado sem quaisquer modificações. Em termos esquemáticos, nós estamos fazendo o seguinte mapeamento:

O que resulta no seguinte gráfico:

plot of chunk unnamed-chunk-5

aes: mapeando cor, tamanho, forma etc

Um gráfico no plano tem apenas duas coordenadas, x e y, mas nossa base de dados tem, em geral, vários colunas… como podemos representá-las? Uma forma de fazer isso é mapear variáveis em outras propriedades estéticas do gráfico, tais como cor, tamanho e forma. Isto é, vamos expandir as variáveis que estamos meapeando nos aesthetics.

Para exemplificar, vamos mapear cada bairro em uma cor diferente e o número de quartos no tamanho dos pontos.

ggplot(data=venda, aes(x = m2, y = preco, color = bairro, size = quartos)) + 
  geom_point()

Nosso esquema anterior ficaria da seguinte forma.

E o gráfico resultante:

plot of chunk unnamed-chunk-7

Note que este gráfico revela aspectos diferentes da base de dados, como alguns registros possivelmente errados (imóvel com 30 quartos) e concentração de imóveis grandes em determinados bairros.

Mapear é diferente de determinar

Uma dúvida bastante comum quando as pessoas começam a aprender o ggplot2 é a diferença entre mapear variáveis em certo atributo estético e determinar certo atributo estético.

Quando estamos mapeando variáveis, fazemos isso dentro do comando aes(). Quando estamos apenas mudando a estética do gráfico, sem vincular isso a alguma variávei, fazemos isso fora do comando aes().

Por exemplo, no comando abaixo mudamos a cor, o tamanho e a forma dos pontos do scatter plot. Entretanto, essas mudanças foram apenas cosméticas e não representam informações de variáveis da base de dados e, portanto, não possuem legenda.

# muda o tamanho, a cor e a forma dos pontos
# note que não há legenda, pois não estamos 
# mapeando os dados a atributos estéticos
ggplot(data=venda, aes(x=m2, y=preco)) + 
  geom_point(color="darkblue", shape=21, size = 5)

plot of chunk unnamed-chunk-8

geoms: pontos, retas, boxplots, regressões

Até agora vimos apenas o geom_poin(), mas o ggplot2 vem com vários geoms diferentes e abaixo listamos os mais utilizados:

Tipo de Gráfico geom
scatterplot (gráfico de dispersão) geom_point()
barchart (gráfico de barras) geom_bar()
boxplot geom_boxplot()
line chart (gráfico de linhas) geom_line()
histogram (histograma) geom_histogram()
density (densidade) geom_density()
smooth (aplica modelo estatístico) geom_smooth()

Aqui, em virtude do espaço, mostraremos apenas um exemplo de gráfico de densidade e boxplot. Experimente em seu computador diferentes geoms na base de dados de imóveis.

# Density
ggplot(data=venda, aes(x=preco)) + geom_density(fill = "darkred")

# Boxplot
ggplot(data=venda, aes(x=bairro, y=preco)) + geom_boxplot(aes(fill = bairro))

Combinando aes e geom

Os gráficos do ggplot2 são construídos em etapas e podemos combinar uma série de camadas compostas de aes e geoms diferentes, adicionando informações ao gráfico iterativamente.

Toda informação que você passa dentro do comando inicial ggplot() é repassada para os geoms() seguintes. Assim, as estéticas que você mapeia dentro do comando ggplot() valem para todas as comadas subsequentes; por outro lado, as estéticas que você mapeia dentro dos geoms valem apenas para aquele geom especificamente. Vejamos um exemplo.

O comando abaixo mapeia o bairro como cor dentro do comando ggplot(). Dessa forma, tanto nos pontos geom_point(), quanto nas regressões geom_smooth() temos cores mapeando bairros, resultando em várias regressões diferentes.

# aes(color) compartilhado
ggplot(venda, aes(m2, preco, color=bairro)) + geom_point() + 
  geom_smooth(method="lm") 

plot of chunk unnamed-chunk-11

Mas e se você quisesse manter os pontos com cores diferentes com apenas uma regressão para todas observações? Neste caso, temos que mapear os bairros nas cores apenas para os pontos. Note que no comando a seguir passamos a estética color = bairro apenas para geom_poin().

# aes(color) apenas nos pontos
ggplot(venda, aes(m2, preco)) + geom_point(aes(color=bairro)) + 
  geom_smooth(method="lm") 

plot of chunk unnamed-chunk-13

Revelando padrões

A combinação simples de estéticas e formas geométricas pode ser bastante poderosa para revelar padrões interessantes nas bases de dados. Vejamos um caso ilustrativo.

Cilindradas, cilindros e Milhas por Galão

A base de dados mpg contém informações sobre eficiência no uso de combustível para diversos modelos de carro de 1999 a 2008. Vejamos um scatter plot relacionando cilindradas e consumo medido por milhas por galão:

ggplot(mpg, aes(displ, hwy)) + geom_point()

plot of chunk unnamed-chunk-14

A imagem parece revelar uma relação não linear entre cilindradas e milhas por galão. Vejamos, todavia, o mesmo gráfico mapeando o número de cilindros nas cores:

ggplot(mpg, aes(displ, hwy, col=factor(cyl))) + geom_point() + 
  geom_smooth(method = "lm")

plot of chunk unnamed-chunk-15

Note que o gráfico parece revelar que, uma vez condicionada ao número de cilindros, a relação entre cilindradas e milhas por galão é razoavelmente linear!

Adicionando facetas

No ggplot2(), você pode dividir o gráfico em diversos subgráficos utilizando variáveis categóricas. Vejamos um exemplo utilizando facet_wrap().

ggplot(venda, aes(m2, preco)) + 
  geom_point(aes(col=factor(quartos))) + 
  geom_smooth(method="lm") + 
  facet_wrap(~bairro) 

plot of chunk unnamed-chunk-16

Personalizando seu o gráfico

Depois de chegar em um gráfico interessante, você provavelmente vai querer personalizar detalhes estéticos deste gráfico para apresentá-lo ao público. No ggplot2 é possível fazer o ajuste fino de diversos elementos do seu gráfico e o detalhamento disso fugiria ao escopo deste livro.

Entretanto, vejamos um exemplo de histograma com a personalização de alguns elementos, adicionando labels, títulos, e mudando o fundo para branco:

media <- mean(log(venda$preco))
dp <- sd(log(venda$preco))
ggplot(data=venda, aes(x=log(preco))) + 
  geom_histogram(aes(y = ..density..), binwidth=0.3, fill="lightblue", col="black") +
  stat_function(fun=dnorm, args=list(mean=media, sd=dp), color="red") +
  geom_rug() + # adiciona rug no eixo x
  xlab("Log do Preço") + # adiciona descrição do eixo x
  ylab("Densidade") + # adiciona descrição do eixo y
  ggtitle("Histograma Preços de Imóveis") + # adiciona título
  theme_bw() # adciona tema "Black and White"

plot of chunk unnamed-chunk-17

Ficou bonito, não?

Temas pré prontos – ggthemes

O pacote ggthemes já vem com vários temas pré-programados, replicando formatações de sites como The Economist, The Wall Street Journal, FiveThirtyEight, ou de outros aplicativos como o Stata, Excel entre outros. Esta é uma forma rápida e fácil de adicionar um estilo diferente ao seu gráfico.

Experimente com os temas abaixo (gráficos omitidos aqui):

grafico <- ggplot(mpg, aes(displ, hwy, col=factor(cyl))) + geom_point() + 
  geom_smooth(method = "lm", se = F) + ggtitle("Cilindradas, cilindros e Milhas por Galão") + 
  ylab("Milhas por galão") + xlab("Cilindradas")

# Gráfico original
grafico 
# Tema "The Economist" com respectiva escala de cores
grafico + theme_economist() + scale_color_economist()
# Tema "The Wall Street Journal" com respectiva escala de cores
grafico + theme_wsj() + scale_color_wsj()
# Tema "Excel" com respectiva escala de cores
grafico + theme_excel() + scale_color_excel()
# Tema "fivethirtyeight"
grafico + theme_fivethirtyeight() 
# Tema "highcharts" com respectiva escala de cores
grafico + theme_hc()  + scale_color_hc()
# Tema "Tufte" 
grafico + theme_tufte() 
# Tema "Stata" com respectiva escala de cores
grafico + theme_stata() + scale_color_stata()

Vários gráficos juntos

Por fim, uma última dica e como colocar vários gráficos juntos com a função grid.arrange().

g1 <- grafico + theme_fivethirtyeight() 
g2 <- grafico + theme_hc() + scale_color_hc()
g3 <- grafico + theme_tufte() 
g4 <- grafico + theme_stata() + scale_color_stata()
grid.arrange(g1, g2, g3, g4)

plot of chunk unnamed-chunk-19

Competições de análise de dados: BoE e Kaggle


Quer mostrar suas habilidades de visualização de dados ou previsão? Seguem dois links:

Uma competição de visualização do Bank of England. Na verdade, a primeira competição deste tipo que o BoE lança. O prazo final é primeiro de maio. A final da competição ocorrerá em Londres e o BoE não pagará passagens para os finalistas (mas, se eu fosse você, tentaria chegar na final antes de decidir se isso será um problema). O prêmio é de 5.000 libras (mais de R$ 20.0000).

– Um site sobre o qual sempre quis falar mais detalhadamente por aqui, mas ainda não tive tempo, é o Kaggle. Resumidamente,  o Kaggle é um site de competições de modelagem preditiva em que as empresas colocam os problemas que gostariam de  solucionar (juntamente com um prêmio) e analistas de todo o mundo competem para produzir os melhores modelos. Atualmente há dois grandes prêmios sendo disputados:

  1. US$ 100.000,00 para quem criar o melhor modelo preditivo para sinais de retinopatia diabética com imagens do olho.
  2. US$ 30.000,00 para quem criar o melhor modelo preditivo para faturamento de restaurantes.

Além de outros prêmios de menor montante. Não somente isso, participantes do Kaggle que conseguem boas classificações também conseguem, em geral, bons empregos na área.

 

 

 

Statistics – Apple Style


Sobre a taxa de adoção do novo sistema operacional iOS 8, a Apple divulgou o seguinte gráfico de pizza. Com 101%, até que não está tão ruim quanto o da Fox News.

chart-01-05-15_2xMas falando em gráficos de pizza, a Apple bem que poderia ter adotado as diretrizes abaixo para melhorá-lo:

devourThePie3Este último gif é via Urban Demographics.

 

 

Para quem foram os votos da Marina?


A pergunta que queria fazer era: quantos votos da Marina foram para Aécio ou para Dilma? Para responder isso, precisaria de alguns dados que não tenho e não vou ter tempo de buscar (e que talvez nem estejam disponíveis).

Mas, na verdade, vou fazer outras perguntas simples que talvez sejam tão interessantes quanto e, provavelmente, sejam uma aproximação razoável:  (i) Os votos válidos para Marina explicam de maneira diferente a variação dos votos válidos para Aécio ou para Dilma? (ii) Isso variou entre os estados da federação?

Resumindo, as respostas são:

(i) sim, cada 1 ponto percentual de voto para Marina no primeiro turno previu, na média, 0.56 pp a mais para Aécio e 0.44 pp a mais para Dilma; e,

(ii) sim, a relação foi diferente para cada estado. Entre alguns exemplos, temos que em São Paulo, Rio Grande do Sul e Alagoas a relação pareceu mais pró Aécio;  já em Minas Gerais e Bahia os votos em Marina explicaram pouco da variação. E em Pernambuco ou na Paraíba houve uma ligeira “conversão” pró Dilma.

***

A regressão geral.

Dependent variable:
Variação Aécio Variação Dilma
(1) (2)
Votos Marina (1 turno) 0.558*** 0.442***
(0.005) (0.005)
Constant 1.287*** -1.287***
(0.076) (0.076)
Observations 5,152 5,152
R2 0.732 0.631
Adjusted R2 0.732 0.631
Residual Std. Error (df = 5150) 2.987 2.987
F Statistic (df = 1; 5150) 14,087.540*** 8,817.183***
Note: *p<0.1; **p<0.05; ***p<0.01

E os gráficos gerais e por UF (no gráfico temos o “excesso” de votos recebidos além do que seria esperado se os votos válidos de Marina tivessem sido distribuídos 50-50).

Aécio (Geral)

Aecio_Marina

Aécio (Por UF)

estados_a_m

Dilma (Geral)

Dilma_Marina

Dilma (Por UF)

estados_d_m

Votos e Bolsa Família: segundo turno!


Tem gente que reclama das urnas eletrônicas, com razão. Mas de uma coisa os pesquisadores não podem reclamar: nessas eleições, os dados ficam disponíveis quase que instantaneamente. E, com os dados do segundo turno em mãos, voltemos àquela relação que sempre gera polêmica –  percentual de votos versus percentual de pessoas beneficiadas pelo bolsa família (BF) por município (veja o post do primeiro turno aqui).

Por agora, e pela hora, vamos tentar responder apenas duas perguntas simples: (i) a relação entre votos e BF se manteve? (ii) há correlação entre o BF e a variação dos votos dos candidatos entre o primeiro e segundo turnos?

Quanto à primeira pergunta, a resposta é positiva, tanto no geral:

seg

Quanto por UF:

estados

 

Já com relação à segunda pergunta, o BF não parece estar correlacionado com as mudanças de votos por municípios:
primeiro_segundo

PS: vale lembrar que este blog frisa, constantemente, que correlação não implica em causalidade. Sobre este ponto, leia estes outros posts aqui.

useR! 2014 – Entrevistas com JJ Allaire e Joe Cheng


Excelente entrevista com o criador do RStudio, JJ Allaire. A combinação R+Rstudio certamente é um dos melhores e mais fáceis ambientes gratuitos para a análise interativa de dados, virtualmente sem competição se considerarmos usuários que não são desenvolvedores de software (a maioria). Sem contar os desenvolvimentos recentes de pacotes como knitr e packrat para reproducibilidade de pesquisas, ou shiny e ggvis para aplicativos web.

Aproveitando, vale a pena também ver a entrevista com Joe Cheng, engenheiro de software do RStudio, um dos responsáveis pelo shiny.

Via datascience.la.

Votos e Bolsa Família: correlação se mantém quando controlada por estado?


Fábio Vasconcellos e Daniel Lima fizeram alguns gráficos interessantes sobre a correlação de algumas variáveis socioeconômicas e o percentual de votos recebidos por cada candidato. Um deles – e que sempre suscita polêmica – é a relação entre percentual de votos versus percentual de pessoas beneficiadas pelo bolsa família por município. Segue uma reprodução do gráfico abaixo, feita no R com o ggplot2.

geral

Entretanto, esta relação me gerou a seguinte dúvida: será que a correlação se mantém dentro de cada UF? Por exemplo, Aécio ganhou em SP, SC e MT. Nesses estados, também houve correlação negativa do BF para o candidato tucano?

Aparentemente, sim, conforme pode ser visto no gráfico abaixo. E a separação por estado também indica que a correlação do BF com votos para Marina foi negativa em grande parte das UF’s. Um estado que chama a atenção é Minas Gerais, em que estas relações se parecem bem acentuadas.

estados

PS: vale lembrar que este blog frisa, constantemente, que correlação não implica em causalidade. Sobre este ponto, leia estes outros posts aqui.

PS2: os dados em formato rds (do R) podem ser baixados aqui.