Já havíamos visto aqui que uma lei de responsabilidade por acidente de trânsito, com a melhor das intenções, pode ter consequencias indesejáveis; também que a reforma agrária, com pretensões bastante justas, aumenta a violência e o desmatamento. Vimos até que deixar de receber royalties de petróleo, algo que parece ruim, pode ter consequencias muito boas para um estado.
Veja agora esta reportagem (ou aqui). Nova norma de emissão de poluentes obriga as fábricas de caminhões a adotarem o motor Euro 5, que deixa o veículo cerca de 10 a 15% mais caro. Sabendo disso, as pessoas anteciparam as compras no ano passado e agora o mercado está com demanda muito aquém da capacidade. As fábricas estão negociando com sindicatos férias coletivas – entre outros mecanismos – para não haver uma série de demissões.
Ou seja, temos um custo social de dupla dimensão: (i) os caminhões que utilizam motores mais poluidores continuam em circulação, isto é, a intenção de se reduzir a emissão de poluentes não foi alcançada, ou pelo menos não na intensidade como se esperava e (ii) a queda da demanda e a forte probabilidade de demissão, acarretando, em curto prazo, redução da demanda agregada, e por aí vai…
Abraços!
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