Introdução a Objetos e à Área de Trabalho


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Parte do livro Introdução à análise de dados com R. Este trabalho está em andamento.  Volte para ver atualizações

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Essa frase não vai fazer muito sentido agora, mas é bom você já começar a tê-la em mente: no R, praticamente tudo o que existe na sua área de trabalho é um “objeto”. E praticamente tudo o que acontece na sua área de trabalho é resultado de uma função.

Nesta seção veremos um pouco sobre o objeto mais básico do R, o vetor, e como gerenciar sua érea de trabalho. Aprenderemos, basicamente, algumas formas de criar e remover um objeto (no caso um vetor), como verificar suas propriedades e alterar seus elementos. Ao final veremos como salvar e carregar sua área de trabalho e/ou objetos específicos.

Criando objetos: assignment operators

Durante o uso do R, você irá criar e guardar objetos com um nome, por exemplo:

x1 <- 10 # atribui o valor 10 à variável x1
x1
## [1] 10

O operador <- é conhecido como “assignment operator” e, no caso acima, atribuiu o valor 10 a um objeto de nome x1 (no caso, um vetor). Na maior parte das vezes, o operador = é equivalente a <-. Vejamos:

x2 = 20 # atribui o valor 20 à variável x2
x2
## [1] 20

Neste livro recomendaremos o uso do <- pois ele funciona sempre como atribuição. O operador = é usado para definir argumentos dentro de um função e, assim, seu comportamento pode ser diferente de uma atribuição em certos casos (veremos isso mais a frente). Contudo, na maior parte das vezes o uso de = e <- é indiferente, então desde que você seja consistente, escolha a forma que mais lhe agradar.

Estudaremos funções mais a fundo em outra seção, mas, é importante desde já ter a idéia de que o assignment operator <- nada mais é do que uma função. Para se chamar uma função utiliza-se seu nome seguido dos argumentos entre parênteses, isto é, funcao(argumento1, argumento2, ...).

Dessa forma, poderíamos ter chamado o operado <- com a sintaxe de uma função (usando os backticks para auxiliar). Isto é, o comando:

`<-`("x1", 10)

É equivalente a

x1 <- 10

Não se preocupe se você não estiver entendendo tudo agora, mais para frente esses detalhes passarão a fazer mais sentido.

Além do =, outra função que é de certo modo equivalente a <- é a função assign(), que toma a forma assign("nomeObjeto", valorObjeto).

# cria a variável x3 com o valor 4
assign("x3", 4)
x3
## [1] 4
# veja que é equivalente a x3 <- 4
x3 <- 4
x3
## [1] 4

Uma vez que você atribuiu uma variável a um nome, você pode utilizá-la em operações e funções utilizando seu nome.

x1 + x2 + x3 # soma x1,x2,x3
## [1] 34
x1/x2 # divide x1 por x2
## [1] 0.5
x1 * x2 # multiplica x1 por x2
## [1] 200

E você pode guardar os resultados dessas operações em outras variáveis:

y <- x1*x2 + x3 #cria y com o resultado de x1*x2 + x3
y
## [1] 204

Nomes de variáveis

O R é case sensitive – isto é, letras maiúsculas e minúsculas são diferenciadas – portanto x1 (com x minúsculo) e X1 (com x maiúsculo) são objetos diferentes.

X1 # O R não vai encontrar, pois não criamos X1 com X maiúsculo.
## Error in eval(expr, envir, enclos): objeto 'X1' não encontrado
x1 # Encontra normalmente
## [1] 10

Os nomes dos objetos no R podem conter combinações arbitrárias de números, textos, bem como ponto ( . ) e underscore ( _ ). Entretanto, os nomes não podem começar com números ou underscore.

a1_B2.c15 <- "variável com nome estranho"
a1_B2.c15
## [1] "variável com nome estranho"
_x <- 1 # erro, pois começa com underscore
1var <- 1 # erro, pois começa com número

Existem alguns caracteres reservados que também não podem ser utilizados no início dos nomes (como operadores matemáricos +, -,), mas o R é bastante flexível, e todas essas regras podem ser “burladas” se você utilizar backticks ( ).

`_x` <- 1 # agora funciona
`+variavel` <- 100 # funciona
`1var` <- 1 #  funciona

Concatenando valores

Até agora construimos vetores com apenas um elemento. Uma das formas de construir um vetor com mais elementos é concatenando uma quantidade arbitrária de objetos com a função c().

x3 <- c(x1, 2, 3, x2) # concatena x1, 2, 3 e x2.
x3
## [1] 10  2  3 20
x4 <- c("a", "b","c") # concatena "a", "b" e "c"
x4
## [1] "a" "b" "c"

Classes de vetores

No R, a estrutura mais simples de dados é um vetor. Os vetores no R podem ser, entre outros, de classes: numeric (números de ponto flutuante), integer (número inteiro), complex (número complexo), character (texto), logical (lógicos, booleanos). Há também datas e fatores, que discutiremos mais a frente. Os objetos x1 e x2, por exemplo, são vetores numéricos de tamanho 1

Criemos alguns vetores para cada uma dessas classes:

numero <- c(546.90, 10, 789)

# note o L
inteiro <- c(1L, 98L) 

# note o i
complexo <- c(20i, 2+9i) 

# notem as aspas
texto <- c("Um texto de exemplo", "outro texto", "mais texto")

# sempre maiúsculo
logico <- c(TRUE, FALSE, TRUE)

Note que inteiros são criados seguidos de um L maiúsculo. Números complexos são seguidos de um i minúsculo. Textos podem ser criados com aspas duplas ("texto") ou simples ('texto'). Vetores lógicos são criados pelas palavras TRUE ou FALSE, sempre em maiúsculo (e podem ser abreviados para T ou F, mas não recomendamos).

A função class() é útil para identificar a classe de um determinado objeto. Verifiquemos as classes dos objetos que acabamos de criar:

class(numero)
## [1] "numeric"
class(inteiro)
## [1] "integer"
class(complexo)
## [1] "complex"
class(texto)
## [1] "character"
class(logico)
## [1] "logical"

Você pode testar se um vetor é de determinada classe com as funções is.xxx (sendo “xxx” a classe). Por exemplo:

is.numeric(numero)
## [1] TRUE
is.character(numero)
## [1] FALSE
is.character(texto)
## [1] TRUE
is.logical(texto)
## [1] FALSE

E você também pode forçar a conversão de um vetor de uma classe para outra com as funções as.xxx (sendo “xxx” a classe). Entretanto, nem sempre essa conversão faz sentido, e pode resultar em erros ou NA’s (veremos NA’s mais a frente). Por exemplo:

as.character(numero) # Vira texto
## [1] "546.9" "10"    "789"
as.numeric(logico) # TRUE -> 1, FALSE -> 0
## [1] 1 0 1
as.numeric(texto) # Não faz sentido
## Warning: NAs introduzidos por coerção
## [1] NA NA NA
as.numeric("1012312") # Faz sentido
## [1] 1012312

Estrutura e tamanho de um objeto

Para ver a estrutura de um objeto, use a função str(). Esta é uma função simples, mas talvez uma das mais úteis do R.

Vejamos um exemplo simples, a estrutura do objeto x3

str(x3)
##  num [1:4] 10 2 3 20

Note que o resultado de str() fornece várias informações: trata-se de um vetor numérico (num), com 4 elementos ([1:4]) e os primeiros elementos do vetor são (10 2 3 20).

Se você estiver utilizando o RStudio, um resumo dessa mesma informação já estará aparcendo no seu canto superior direito.

rstudio_str

Teste o resultado de str() em alguns dos outros objetos que criamos e repare nos resultados:

str(x1)
##  num 10
str(x4)
##  chr [1:3] "a" "b" "c"
str(numero)
##  num [1:3] 547 10 789
str(inteiro)
##  int [1:2] 1 98
str(complexo)
##  cplx [1:2] 0+20i 2+9i
str(texto)
##  chr [1:3] "Um texto de exemplo" "outro texto" "mais texto"
str(logico)
##  logi [1:3] TRUE FALSE TRUE

Para obter o tamanho de um objeto, utilize a função length(). Note que comandos no R podem ser colocados na mesma linha se separados por ponto-e-vírgula (;).

length(x1)
## [1] 1
length(x3)
## [1] 4
length(x4)
## [1] 3
length(numero); length(inteiro)
## [1] 3
## [1] 2

Elementos de um vetor

Você pode acessar elementos de um vetor por meio de colchetes [ ] e sua posição.

numero[1] # apenas primeiro elemento do vetor número
## [1] 546.9
numero[c(1,2)] # elementos 1 e 2
## [1] 546.9  10.0
numero[c(1,3)] # elementos 1 e 3
## [1] 546.9 789.0
numero[c(3,1,2)] # troca de posição
## [1] 789.0 546.9  10.0

Índices negativos podem ser utilizados para selecionar todos os demais elementos de um vetor, exceto aquele que está no índice. Por exemplo:

# seleciona todos os elementos menos o primeiro
numero[-1]
## [1]  10 789
numero[-c(1,2)] # todos menos 1 e 2
## [1] 789
numero[-c(1,3)] # todos menos 1 e 3
## [1] 10
numero[-3] # todos menos 3
## [1] 546.9  10.0

Nomes dos elementos

Objetos podem ter seus elementos nomeados. A função names() nos dá os nomes desses elementos:

names(numero)
## NULL

Note que o resultado foi NULL pois os elementos do vetor numero ainda não foram nomeados. Façamos isso, portanto, utilizando a função names()<-

numero
## [1] 546.9  10.0 789.0
names(numero) <- c("numero1", "numero2", "numero3")
numero
## numero1 numero2 numero3
##   546.9    10.0   789.0

Agora, além de acessar o elemento do vetor pela posição, pode-se utilizar seu nome.

# seleciona o elemento de nome "numero1"
numero["numero1"]
## numero1
##   546.9
# seleciona o elemento de nome "numero2"
numero["numero2"]
## numero2
##      10
# seleciona o elemento de nome "numero3"
numero["numero3"]
## numero3
##     789
# seleciona os elementos de nome "numero1" e "numero3"
numero[c("numero1", "numero3")]
## numero1 numero3
##   546.9   789.0

Alterando elementos

Com o assignment operator e o colchetes, consegue-se alterar apeans alguns elementos específicos de um vetor.

Você pode fazer isso utilizando índices numéricos:

numero
## numero1 numero2 numero3
##   546.9    10.0   789.0
numero[1] <- 100 # altera elemento 1 para 100
numero
## numero1 numero2 numero3
##     100      10     789
numero[2:3] <- c(12.3, -10) # altera elementos 2 e 3
numero
## numero1 numero2 numero3
##   100.0    12.3   -10.0

O que ocorre se você colocar um índice maior do que o tamanho do vetor? O R estende o vetor até o tamanho do índice, e preenche os valores restantes com NA (veremos mais sobre NA a frente):

numero[10] <- 50 # o vetor número não tem 10 elementos...
numero # ao elemento 10 foi atribuido o valor 50 e o restante foi preenchido com NA
## numero1 numero2 numero3
##   100.0    12.3   -10.0      NA      NA      NA      NA      NA      NA
##
##    50.0

Como deletar um elemento de um vetor? Basta usar o índice negativo e sobrescrever o resultado:

logico # 3 elementos
## [1]  TRUE FALSE  TRUE
logico <- logico[-2] # deletamos o segundo elemento
logico
## [1] TRUE TRUE

Você também pode modificar o vetor utilizando os nomes dos elementos:

numero["numero3"] <- 431
numero
## numero1 numero2 numero3
##   100.0    12.3   431.0      NA      NA      NA      NA      NA      NA
##
##    50.0
numero[c("numero1", "numero2")] <- c(-100, 100)
numero
## numero1 numero2 numero3
##    -100     100     431      NA      NA      NA      NA      NA      NA
##
##      50

Ordenando um vetor

A função order() retorna um vetor com as posições para que um objeto fique em ordem crescente.

order(numero) # indices
##  [1]  1 10  2  3  4  5  6  7  8  9
numero[order(numero)] # ordena numero
## numero1         numero2 numero3
##    -100      50     100     431      NA      NA      NA      NA      NA
##
##      NA

A função sort() retorna o vetor ordenado.

sort(numero)
## numero1         numero2 numero3
##    -100      50     100     431

As duas funções tem o parâmetro decreasing que, quando TRUE, retornam o vetor de em ordem decrescente.

Encontrando e removendo objetos

Para listar todos os objetos que estão na sua área de trabalho, você pode usar a função ls() ou objects().

ls()
##  [1] "_x"        "+variavel" "1var"      "a1_B2.c15" "complexo"
##  [6] "inteiro"   "logico"    "numero"    "texto"     "x1"
## [11] "x2"        "x3"        "x4"        "y"
objects()
##  [1] "_x"        "+variavel" "1var"      "a1_B2.c15" "complexo"
##  [6] "inteiro"   "logico"    "numero"    "texto"     "x1"
## [11] "x2"        "x3"        "x4"        "y"

Note que apareceram todos os objetos que criamos.

A função rm(objeto) remove um objeto da área de trabalho.

rm(x3) # remove o objeto x3 da área de trabalho
x3 # não encontrará o objeto
## Error in eval(expr, envir, enclos): objeto 'x3' não encontrado
ls() # note que x3 não aparecerá na lista de objetos
##  [1] "_x"        "+variavel" "1var"      "a1_B2.c15" "complexo"
##  [6] "inteiro"   "logico"    "numero"    "texto"     "x1"
## [11] "x2"        "x4"        "y"

Voltando à função ls(), note que o que ela retorna também é um objeto: é um vetor de tipo “texto”, ou, como vimos, na terminologia do R, do tipo “character”. Este resultado pode ser atribuído a um objeto e armazenado na área de trabalho.

lista_obj <- ls() # guarda o resultado de ls() na variável lista_obj
lista_obj
##  [1] "_x"        "+variavel" "1var"      "a1_B2.c15" "complexo"
##  [6] "inteiro"   "logico"    "numero"    "texto"     "x1"
## [11] "x2"        "x4"        "y"
ls()
##  [1] "_x"        "+variavel" "1var"      "a1_B2.c15" "complexo"
##  [6] "inteiro"   "lista_obj" "logico"    "numero"    "texto"
## [11] "x1"        "x2"        "x4"        "y"

Isto pode ser interessante pois a função rm() aceita um parâmetro de texto (list) para remover objetos. Por exemplo:

rm(list=lista_obj) # remove todos os objetos que estão na lista_obj
ls() # note que sobrou apenas lista_obj
## [1] "lista_obj"

Desta forma, um atalho para remover todos os objetos da sua área de trabalho é rm(list = ls()).

A função ls() também aceita um parâmetro (pattern) que define um padrão na busca dos objetos no ambiente de trabalho. O pattern é bem flexível e inclusive aceita expressões regulares (veremos expressões regulares mais a frente). Por exemplo, o comando ls(pattern="y") irá buscar todas as variáveis que contenham “y” no seu nome.

Buscando apenas as variáveis que contenham “y” no nome:

x1 <- 1:10 #  x1 números de 1 a 10
x2 <- c(2, 4,9); y1 <- 50; y2 <- 10 # ; comandos na mesma linha
ls() # lista tudo
## [1] "lista_obj" "x1"        "x2"        "y1"        "y2"
ls(pattern="y") # lista somente y1 e y2
## [1] "y1" "y2"

Combinando este recurso do ls() com o rm() você pode remover apenas certos objetos.

rm(list=ls(pattern="y")) #remove todos os objetos que contenham "y".
ls()
## [1] "lista_obj" "x1"        "x2"

Salvando e carregando objetos

Para salvar uma cópia da sua área de trabalho você pode utilizar a função save.image():

# salva a área de trabalho no arquivo "aula_1.RData"
save.image(file="aula_1.RData")

Agora você pode recuperar todos os objetos com load().

# vamos remover todos os objetos da área de trabalho
rm(list=ls())
ls() # não encontra nada
## character(0)
load(file="aula_1.RData")
ls() # note que os objetos foram carregados
##  [1] "dados_2010_11_10" "dados_2013_11_10" "encoding"
##  [4] "input"            "novembro"         "out"
##  [7] "outubro"          "publish"          "shortcode"
## [10] "title"

Com a função save() é possível salvar apenas um ou um conjunto de objetos.

# simula 100 obs de uma normal(10, 2)
sim_normal <- rnorm(100, mean=10, sd=2)

# salva no arquivo sim_normal.RData e remove da área de trabalho
save(sim_normal, file="sim_normal.RData")
rm(sim_normal)
ls() # sim_normal não aparece
##  [1] "dados_2010_11_10" "dados_2013_11_10" "encoding"
##  [4] "input"            "novembro"         "out"
##  [7] "outubro"          "publish"          "shortcode"
## [10] "title"
# carrega sim_normal.RData
load(file="sim_normal.RData")
ls() # sim_normal aparece
##  [1] "dados_2010_11_10" "dados_2013_11_10" "encoding"
##  [4] "input"            "novembro"         "out"
##  [7] "outubro"          "publish"          "shortcode"
## [10] "sim_normal"       "title"

Estas operações podem ser realizadas com o botão de salvar no canto direito do RStudio.

Outro conjunto de funções para salvar e ler objetos do R são saveRDS() e readRDS(). Uma das principais diferenças com relação a save() e load() é que, enquanto estas salvam e carregam os objetos com o seu nome original, as funções RDS permitem a você carregar o objeto com um nome diferente.

saveRDS(sim_normal, file="sim_normal.rds")
rm(sim_normal)
### carrega sim_normal.rds em um objeto com nome diferente ###
simulacao <- readRDS("sim_normal.rds")
ls()
##  [1] "dados_2010_11_10" "dados_2013_11_10" "encoding"
##  [4] "input"            "novembro"         "out"
##  [7] "outubro"          "publish"          "shortcode"
## [10] "simulacao"        "title"

Exercícios

Agora é sua vez.

  • Remova todos os objetos do ambiente de trabalho.
  • Crie objetos com nomes dados_2010_10_10, dados_2010_11_10, dados_2013_10_10, dados_2013_11_10. Faça com que os objetos sejam do tipo numérico, character, lógico e inteiro. Verifique a classe e a estrutura dos objetos criados.
  • Use ls() para listar apenas os dados de Novembro. E depois para listar apenas os dados de Outubro. Use rm() para remover apenas os dados de outubro (dica: você vai precisar do resultado de ls()).
  • Salve sua area de trabalho com o nome exercicio_objetos.RData. Salve apenas dados_2010_11_10 com o nome dados_2010_11_10.RData.

Soluções

rm(list=ls()) # remove todos os objetos

dados_2010_10_10 <- 10.5
dados_2010_11_10 <- "texto"
dados_2013_10_10 <- TRUE
dados_2013_11_10 <- 24L

class(dados_2010_10_10)
class(dados_2010_11_10)
class(dados_2013_10_10)
class(dados_2013_11_10)

str(dados_2010_10_10)
str(dados_2010_11_10)
str(dados_2013_10_10)
str(dados_2013_11_10)

novembro <- ls(pattern="_11_")
outubro <- ls(pattern="_10_")

rm(list=outubro)

save.image(file="exercicios_objetos.RData")
save(dados_2010_11_10, file="dados_2010_11_10.RData")

R e RStudio


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Parte do livro Introdução à análise de dados com R. Este trabalho está em andamento.  Volte para ver atualizações

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R e Rstudio

Instalação

Instalar o R e o RStudio é bastante fácil, pois ambos já vêm com distribuições compiladas para Windows, Mac OS ou Linux. O R é gratuito e está disponível no site do CRAN (The Comprehensive R Archive Network). O RStudio tem uma versão desktop gratuita disponível em seu site. Esses são os dois principais softwares para acompanhar este livro.

Além disso, para ter um ambiente completo de desenvolvimento no R, você também precisará de uma distribuição de Latex (como o MikTex para Windows ou MacTex para Mac); e, caso você esteja utilizando o Windows, a versão mais recente do RTools (para criar pacotes e integrar o R com C++).

Se você ainda não tem esses softwares em seu computador, baixe agora as versões compatíveis com seu sistema operacional e siga as instruções de instalação.

Este não é um livro para ser apenas lido e sim para ser acompanhado digitando os códigos de exemplo – ou, em último caso, copiando e colando. Os capítulos apresentam códigos em R com o resultado esperado, conforme a figura abaixo.

estrutura

Ao final da maior parte dos capítulos, faremos muitos exercícios para a consolidação do conteúdo. Todos os exercícios terão uma resposta sugerida. Todavia, recomendo que você tente resolver sozinho antes de olhar a resposta.

R Gui

A instalação padrão do R vem com uma interface gráfica para o usuário (Graphical User Interface – GUI). No Windows, você encontrará o R no menu iniciar e no Mac você verá o ícone do R entre seus aplicativos. Nós não vamos utilizar o R Gui durante o livro. Entretanto, faremos um brevíssimo tour antes de passarmos para o RStudio.

Abra a interface gráfica do R em seu computador.A primeira tela que você verá é a do console. Agora, abra, também, uma tela de editor de texto em “file” -> “new script”.

RGUI

Escreva os seguintes comandos no editor de texto e aperte CTRL+R (ou CMD+ENTER no Mac).

1+1

O comando será enviado para o console e você verá o resultado. Você poderia ter digitado o comando diretamente no console, mas isso não é uma boa prática. Acostume-se a sempre escrever em seu script (script é como chamamos o documento com os códigos de R que você produz).

## [1] 2

Escreva os seguinte comandos no editor de texto e repita o procedimento (CTRL+R):

plot(1:10)

Uma nova tela será aberta com o gráfico.

Rplot

 

Por enquanto é só isso. Saia do R Gui escrevendo q() no console ou apertando ALT+F4. O R irá perguntar se você deseja salvar a sua área de trabalho e o script. Clique em não para os dois casos.

Estamos saindo do R Gui pois agora iremos trabalhar no RStudio.

RStudio

Apesar de o R vir com uma interface gráfica interessante, existe um Ambiente de Desenvolvimento Integrado (Integrated Development Environment- IDE) chamado RStudio, com várias funcionalidades e gratuito.

O RStudio possui algumas vantagens em relação ao R Gui:

  • Highlight do código;
  • Autocomplete;
  • Match automático de parenteses e chaves;
  • Interface intuitiva para objetos, gráficos e script;
  • Criação de “projetos” com interface para controle de versão;
  • Facilidade na criação de pacotes;
  • Interação com HTML, entre outras.

Abra o RStudio em seu computador e inicie um novo Script em “File” -> “New File” -> “New RScript”. Você também pode fazer isso com CTRL + SHIFT + N ou acessando o botão abaixo.

rscript

Podemos dividir a tela do RStudio em quatro grande áreas:

  • Script: A tela superior esquerda do RStudio é o editor de texto onde você vai escrever seus Scripts. Ele possui code highlighting entre outras funcionalidades.
  • Console: No canto inferior esquerdo fica o console. O console nada mais é do que uma seção aberta de R, em que os comando são executados.
  • Área de trabalho e histórico: Ficam no canto superior direito. Os objetos criados e o histórico dos comandos podem ser acessados ali.
  • Arquivos, Gráficos, Pacotes, Ajuda: Ficam no canto inferior direito. Você pode explorar pastas e arquivos diretamente do RStudio na aba “Files”; os gráficos que forem feitos apareceram na aba “Plots”. Os pacotes instalados em sua máquina estão listados em “Packages”. As ajudas das funções aparecem em “Help”. E o “Viewer” serve para visualização de páginas em HTML e JavaScript.

RStudio1

Comandos pelo Script

Como já dito, acostume-se a escrever o código no Script ao invés de ficar escrevendo diretamente no console. Para começarmos a nos familizarizar com o RStudio, escreva o código abaixo no Script:

1+1

E aperte CTRL+ENTER (CMD+ENTER no mac). Isso envia o comando para o console e o resultado é exibido logo abaixo.

## [1] 2

Agora escreva o seguinte código no Script.

# Gráfico dos números de 1 a 10
plot(1:10)

O primeiro comando # Gráfico dos números de 1 a 10 é, na verdade, um comentário. Comentários nos scripts do R são seguidos do símbolo #, e tudo que estiver após # não será executado. É uma boa prática comentar seu código! Isso faz com que ele seja de fácil manutenção, tanto para você mesmo (acredite, depois de um tempo você não lembrará o que fez) quanto para seus colegas.

O segundo comando diz ao R para plotar um gráfico. Aperte CTRL+ENTER nas duas linhas. O gráfico aparecerá no canto inferior direito do RStudio.

RStudio2

Agora digite o seguinte comando no editor e aperte CTRL+ENTER:

# atribuindo o valor 15 a x
x <- 15

Atribuímos o valor 15 à variável x. Note que isso aparece no canto superior direito do RStudio.

RStudio3

Autocomplete e documentação

O RStudio tem autocomplete. No começo do seu aprendizado isto será bastante útil. Escreva apenas plo e aperte Tab. O RStudio sugerirá diversas possibilidades de comandos e objetos que se iniciam com plo:

autocomplete

Isso também funciona dentro de uma função para sabermos alguns dos argumentos disponíveis. Escreva plot() e aperte Tab. Note que os argumentos da função plot como x, y, ou type apareceram.

autocomplete2

Além do autocomplete, outra forma de enteder uma função é por meio da documentação do R. Para acessar a ajuda de uma função, utilize o comando ? ou help() seguido do nome da função.

?mean
help(mean) # equivalente a ?mean

HELP

Note que no cando direito do RStudio apareceu uma página de ajuda sobre a função mean(). A documentação das funções no R seguem mais ou menos este mesmo padrão.

A primeira coisa que vemos é mean {base} indicando que se trata da função mean() do pacote base. Em Description há uma breve descrição do que é a função. Logo abaixo, em Usage vemos como utilizar o comando e, em Arguments, os parâmetros disponíveis. A seção Value explica o que a função mean() retorna. Em seguida temos algumas referências, funções relacionadas e os exemplos.

Honestamente, é provável que no início você tenha dificuldades de entender a documentação do R, pois você não saberá o significado de muitos termos. Mas, mesmo assim, não deixe de consultá-la. E, sempre que hover, brinque com os exemplos.

HELP2

Às vezes você não saberá exatamente o nome da função. Por exemplo, suponha que você queira gerar números aleatórios de uma distribuição normal multivariada, mas não se recorda o comando. Nestes caso, é possível realizar uma busca por texto.

??"normal distribution"
help.search("normal distribution") # equivalente a ??"normal distribution"

Note que, entre os diversos resultados, aparece a função do pacote MASS, mvrnorm(), justamente o que você buscava.

HELP3

Teclas de atalho

O RStudio possui muitas teclas de atalho que facilitam sua vida. Você pode ver a lista completa em “Help” -> “Keyboard Shortcuts”. Além do CTRL + ENTER, algumas teclas de atalho bastante úteis, que valem a pena você aprender agora no começo são:

  • CTRL + 1: Passa o cursor para o script;
  • CTRL + 2: Passa o cursor para o console;
  • SETA PARA CIMA (no console): acessa o histórico de comandos anteriores.
  • CTRL + ALT + SETA PARA ESQUERDA OU DIREITA: Navega entre as abas de script abertas (abra um novo script antes para testar).
  • CTRL + SHIFT + P: “Previous command”, roda o último comando executado;
  • CTRL + SHIFT + ENTER: “Source”. Executa o Script inteiro;
  • CTRL + S: Salva o Script;

Muitos desses atalhos podem ser acessados via mouse (mas tente se acostumar a utilizar o teclado).

RStudio4

Outros atalhos interessantes são:

  • CTRL + L: Limpa o console;
  • CTRL + F: Busca (e substituição). Aceita REGEX (veremos REGEX posteriormente);
  • CTRL + SHIFT + K: Compila “Notebook” em PDF, HTML ou Word (para isso você precisa ter uma distribuição de Latex e alguns pacotes instalados);
  • ALT + SHIFT + K: Veja a lista de atalhos.

RStudio5

Pacotes

A principal forma de distribuição de códigos no R é por meio de pacotes. Um pacote pode ser entendido como um conjunto de códigos auto-contido que adiciona funcionalidades ao R.

Em termos mais simples, pacotes são funções do R escritas pelos usuários para resolver vários problemas, como: (i) ler e salvar uma planilha de Excel; (ii) rodar um modelo de random forest; (iii) analisar redes sociais etc. Atualmente existem mais de 6.000 pacotes de R. Ou seja, há pelo menos um pacote para quase qualquer problema de análise de dados que você imaginar. Veja essa pequeno vídeo que o Roger Peng fez sobre pacotes no R.

Para carregar um pacote, use a função library().

Carregar um pacote permite que você chame estas funções diretamente. Por exemplo, a função mvrnorm, que gera números aleatórios de uma normal multivariada, está no pacote MASS. Se você tentar chamar a função sem carregar o pacote, o R não a encontrará.

Sigma <- matrix(c(10,3,3,2),nrow=2,ncol=2) # Matriz de Variância-Covariânccia
mu <- c(1, 10) # Médias
x <- mvrnorm(n=100, mu, Sigma) # Tenta gerar 100 obs, mas dá erro
## Error in eval(expr, envir, enclos): não foi possível encontrar a função "mvrnorm"

Após carragar o pacote, o comando funciona normalmente:

library(MASS) # Carrega pacote
x <- mvrnorm(n=100, mu, Sigma) # Agora funciona

Para ver quais pacotes estão carregados, utilize a função search(). Note que o pacote MASS esta lá.

search()
##  [1] "GlobalEnv"         "package:MASS"       "package:knitr"
##  [4] "package:RWordPress" "tools:rstudio"      "package:stats"
##  [7] "package:graphics"   "package:grDevices"  "package:utils"
## [10] "package:datasets"   "package:methods"    "Autoloads"
## [13] "package:base"

Para descarregar um pacote, utilize a função detach() seguido de package:nome_do_pacote.

detach(package:MASS)

Às vezes pacotes tem funções com o mesmo nome. Neste caso, se ambos forem carregados, a função que prevalece é a do pacote que foi carregado por último. Uma forma de resolver este confilto é chamar a função utilizando o nome do pacote e o operador ::. Neste caso não haverá ambiguidade e o R saberá exatamente que função utilizar.

# estamos dizendo ao R para buscar a função no pacote MASS
x <- MASS::mvrnorm(n=100, mu, Sigma)

Você também pode carregar ou descarregar pacotes pelo menu do canto inferior direito do RStudio, clicando na caixa ao lado do nome do pacote.

pacotes

Para instalar um pacote, use a função install.packages().

Por exemplo, o pacote dplyr é muito utilizado para manipulação de dados e iremos estudá-lo mais a frente. Para instalá-lo, digite o seguinte comando.

install.packages("dplyr")

Para deletar um pacote, utilize a função remove.packages() e para atualizar um pacote, a função update.packages().

CRAN

Grande parte dos pacotes do R estão centralizados em um repositório chamado CRAN (The Comprehensive R Archive Network), com diversos espelhos ao redor do mundo.

Tire um tempo agora para explorar um pouco o site oficial do R, www.r-project.org, e do CRAN, cran.r-project.org. Preste atenção principalmente nos seguinte itens:

—- (detalhar) —-

—- Ajuda online —-

—- Exemplo mínimo de uma análise de dados —-