No Brasil, alguns iluminados acharam que deveriam favorecer os usuários de cartões de crédito em detrimento dos que preferem pagar à vista e receber desconto. Assim, aqui, apesar de muitos ainda não saberem (como eu não sabia há algum tempo), é proibido discriminar preço por meio de pagamento.
Se você ficava perplexo por não conseguir desconto à vista, eis um dos motivos. Apesar de a transação com o cartão envolver custos adicionais, o lojista é obrigado a cobrar o mesmo preço e dividir estes custos com os demais consumidores que pagam em dinheiro. Os governantes e legisladores do nosso país não se cansam de inventar formas de ferir o bom senso econômico (ou de facilitar a vida das bandeiras de cartão).
Entretanto, não sei se para consolo ou desespero, é possível achar legislações mais esdrúxulas ao redor do mundo.
Você seria a favor de uma lei que proibisse a discriminação de preços por gênero? Posto desta forma – e em virtude do patrulhamento cego do “politicamente correto” – é até capaz de você achar que discriminar preços entre homem e mulher seja algo ruim. Mas, não é. Pare para refletir: você se depara com isso a todo tempo no seu dia-a-dia. Basta ir ao cabeleireiro e perceber que o preço do corte masculino é diferente do preço do corte feminino. Ou comprar um seguro de vida. Ou aderir a um plano de saúde. E assim por diante.
Mas, segundo o Wall Street Journal, desde o ano passado a cidade de Nova York está buscando aplicar uma lei de 1998, multando salões de beleza por diferenciarem seus preços entre homens e mulheres.
Isto concorre em pé de igualdade com a medida brasileira – se já não existir uma lei como essas por aqui, apenas esperando um iluminado, com sua boa vontade bancada pelos cofres públicos, para colocá-lá em prática.
Via Market Design
por outras vias a coisa do cartão de crédito ocorre nos EUA também: http://www.slate.com/articles/business/small_business/2012/07/the_credit_card_swipe_fee_settlement_won_t_be_a_boon_to_consumers_but_should_help_the_economy.html
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As seguradoras discriminam mesmo. Não existe essa tal estatística que prova que as mulheres se envolvem em menos acidentes! Se existe é matemática de quinta categoria! Os homens precisam se esforçar em procurar seguradoras que não discriminem (parece que existem algumas), só assim, essas seguradoras safadas terão que mudar pela concorrência.
http://www2.uol.com.br/debate/1158/colunas/colunas07.htm
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